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“Tago Mago”

A banda Can, formada em Colónia na Alemanha, no final dos anos 60, emergiu como uma força inovadora no cenário musical, deixando uma marca indelével no krautrock. Com uma formação composta por Holger Czukay (baixo), Michael Karoli (guitarra), Jaki Liebezeit (bateria), Irmin Schmidt (teclados), e inicialmente Malcolm Mooney (vocais), a banda construiu uma sonoridade única que transcendeu as fronteiras do rock convencional.

Can foi fundada em 1968, e seu nome que significa "vida" em turco, reflete a essência da banda. Malcolm Mooney, um vocalista norte-americano, contribuiu para os dois primeiros álbuns, "Monster Movie" (1969) e "Soundtracks" (1970). No entanto, devido a problemas de saúde mental, foi substituído por Damo Suzuki, um vocalista japonês que trouxe uma dimensão mais livre ao som da banda.

Os Can eram conhecidos por suas sessões de gravação extensas e improvisações, muitas vezes lideradas pelo talentoso Jaki Liebezeit na bateria. Eles exploraram texturas sonoras únicas, incorporando elementos eletrónicos, experimentações com estúdio, e ritmos pulsantes que influenciaram não apenas o krautrock, mas também géneros como o post-punk e a música eletrónica.

O duplo álbum "Tago Mago" lançado em agosto de 1971 é uma obra-prima do krautrock. A combinação de experimentação sonora, ritmos pulsantes e improvisação define o estilo distinto da banda. Este álbum não só consolidou a posição dos Can como pioneiros no movimento krautrock, mas também influenciou significativamente o cenário do rock progressivo.

"Tago Mago" é notável pela extensa improvisação e experimentação. As faixas muitas vezes evoluem organicamente, com ritmos pulsantes e estruturas abertas, criando uma sensação de liberdade e espontaneidade. Os Can incorporaram uma fusão única de géneros, combinando elementos de rock, jazz, música étnica e eletrónica. Essa abordagem eclética resultou em uma sonoridade distinta que desafiou categorizações convencionais.

 Liebezeit, o notável baterista dos Can, desempenhou um papel crucial em "Tago Mago", criando ritmos complexos e hipnóticos. Sua habilidade em explorar ritmos repetitivos influenciou não apenas o krautrock, mas também géneros como o post-punk.

O álbum apresenta faixas notáveis como o tema de abertura "Paperhouse” que é uma introdução hipnótica que estabelece a atmosfera etérea do álbum, com ritmos repetitivos e experimentações sonoras.

"Mushroom" é uma peça intensa e enérgica que destaca a habilidade da banda em criar tensão e desobrigação através de mudanças dinâmicas.

"Oh Yeah" é uma faixa que incorpora elementos de música étnica, com letras misteriosas e uma atmosfera ritualística.

"Halleluhwah" é uma epopeia musical que exemplifica a capacidade dos Can de estender o tempo e explorar novas direções, com improvisações notáveis.

"Aumgn" é uma jornada sonora surreal, caracterizada por texturas experimentais e uma abordagem vanguardista.

"Tago Mago" é uma conquista sonora que transcendeu os limites do krautrock e do rock progressivo, representando um marco seminal na história da música experimental. A audácia e a originalidade presentes neste álbum continuam a inspirar gerações de músicos e ouvintes que procuram experiências sonoras inovadoras e imersivas.

O impacto dos Can na música contemporânea é imensurável. Muitos artistas, de diferentes géneros, citam Can como uma influência significativa. Sua abordagem experimental, fusão de estilos e ousadia continuam a ressoar, mantendo a banda como uma referência essencial no cenário musical global.

Songs / Tracks Listing

Side 1

1. Paperhouse (7:29)

2. Mushroom (4:08)

3. Oh Yeah (7:22)

Side 2

4. Halleluhwah (18:32)

Side 3

5. Aumgn (17:22)

Side 4

6. Peking O (11:35)

7. Bring Me Coffee or Tea (6:47)

Total Time 73:15

Damo Suzuki

vocals

Holger Czukay

bass guitar, engineering, editing

Michael Karoli

electric guitar, acoustic guitar, violin

Jaki Liebezeit

drums, double bass, piano

Irmin Schmidt

Farfisa organ and electric piano, electronics, vocals (5)


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